A tradição judaico-cristã interpreta que a oferta de Abel (as primícias do rebanho) foi aceita porque representava um sacrifício de vida, antecipando os futuros sacrifícios de expiação. Já a oferta de Caim, frutos da terra, embora válida, não carregava o mesmo peso simbólico de sangue e vida. A ênfase, segundo o Novo Testamento (Hebreus 11:4), estava na fé com que Abel ofertou.

A 'madeira de gôfer' mencionada em Gênesis 6:14 para a construção da Arca é um 'hapax legomenon', uma palavra que aparece apenas uma vez em toda a Bíblia. A identidade exata da árvore é desconhecida. As traduções geralmente a associam ao cipreste ou a uma madeira resinosa similar, conhecida por sua durabilidade e resistência à água, ideal para uma embarcação daquela magnitude.

Muitos arqueólogos e historiadores acreditam que a narrativa da Torre de Babel foi inspirada nos zigurates, massivas estruturas em terraços construídas na antiga Mesopotâmia. O mais famoso, o Etemenanki de Babilônia, era dedicado ao deus Marduk e era visto como um 'portal entre o céu e a terra'. Sua construção por Nabucodonosor II envolveu trabalhadores de diversas nações, o que pode ter inspirado a parte da história sobre a confusão de línguas.

Ur, a cidade natal de Abraão, não era uma vila pequena. No tempo de Abraão (cerca de 2000 a.C.), era uma das cidades mais importantes e ricas da Suméria, um centro de comércio e adoração ao deus-lua Nanna. A decisão de Abraão de deixar para trás essa civilização avançada para seguir o chamado de Deus para uma terra desconhecida representa um ato de fé ainda mais profundo.

O carneiro providenciado por Deus para ser sacrificado no lugar de Isaque é um símbolo poderoso de substituição e providência divina. Para os cristãos, este evento é uma prefiguração do sacrifício de Jesus Cristo, o 'Cordeiro de Deus', que morreria em favor da humanidade. O local, Moriá, é tradicionalmente identificado como o monte onde o Templo de Jerusalém seria construído.

Detalhes na história de José se alinham com o que se sabe sobre o Antigo Egito. A túnica colorida poderia ser uma 'ketonet passim', uma túnica com mangas compridas indicando status. A ascensão de um estrangeiro (especialmente um semita) a uma alta posição era possível, especialmente durante o período dos Hicsos, um grupo de governantes de origem asiática que controlou parte do Egito. Os sonhos também tinham um papel central na cultura egípcia.